Desde 1921
O Grupo Recreativo Vilaverdense nasceu a 18 de Abril de 1921 e cresceu até aos dias de hoje.
A 18 de Abril de 1918 foi fundada, em Vila Verde, concelho da Figueira da Foz, uma Sociedade de Sport, Instrução, Recreio e Beneficiência, à qual, foi dado o nome de Grupo Recreativo Vilaverdense, pese embora a sua data oficial de 01 de Maio de 1921.
Tinha como fins determinantes criar escolas para todos as modalidades desportivas, fundar um gabinete de leitura para os seus associados, prestar auxílios pecuniários durante a doença ou impossibilidade física, sempre que disso fosse reconhecida necessidade. Durante os primeiros anos de existência o labor das Direcções foi orientado no sentido de angariação de condições materiais para a construção da sua sede, já que, funcionou até 1933 em casa arrendada, carecendo de condições para a prática de actividades culturais. Mesmo assim, quase todos os anos eram representados os “Autos Pastoris” e o “Auto dos Reis Magos”, peças de carácter religioso de autor desconhecido que Pedro Fernandes Tomaz defendeu que datariam do século XVII.
A par das representações referidas, a pouco mais se limitava a actividade cultural e recreativa desta associação, sem excluirmos o funcionamento de uma escola de primeiras letras em 1929. Todas as restantes realizações se limitavam à efectivação de alguns bailes durante o ano e os festejos populares em Honra de Santo Aleixo, padroeiro desta freguesia. Quer em bailes quer em festas populares a Tuna do G.R.V. tinha a seu cargo a execução musical.
Com a inauguração da sua sede foi possível o incremento do Teatro, sem que as representações já citadas deixassem de ser levadas à cena. A primeira peça levada a palco, de autoria de um associado – Manuel Garcia de Carvalho – foi o “Orgulho Vencido”. Outras se lhe seguiram, em maior ou menor ritmo.
A par desta actividade cultural, outra não menos importante se foi desenhando por volta de 1944, seria inaugurada a Biblioteca do nosso Grupo. Para sermos mais rigorosos teremos de dizer que os primeiros passos foram encetados para a sua criação em 1926, data em que foram feitas rifas para sorteio de um carneiro em benefício da biblioteca. Mas, é nos anos seguintes ao pós-guerra que se verifica uma afluência notável de leitores e que os efeitos produzidos por este pólo de irradiação cultural mais se faz sentir na classe operária vilaverdense. Em tempos, bem podia esta associação orgulhar-se por possuir uma das melhores e maiores bibliotecas congénere no distrito de Coimbra, pese grande parte dos livros terem sido retirados da mesma e escondidos em diversos locais, face a uma arremetida da Polícia Política nos primórdios da segunda metade do século XX, e a maior parte dos quais não ter regressado infelizmente à sua origem.
Passou, nessa altura, o Grupo Recreativo Vilaverdense por uma fase penosa, pois, alguns dos seus elementos chegaram a conhecer as pressões do regime. Mesmo assim, grandes figuras incentivaram os vilaverdenses a lutarem pela liberdade, tais como, Prof. Rui Martins, Dra. Cristina Torres, José Ribeiro, Dr. Joaquim Namorado, escritor Carlos Oliveira, Dr. Rafael Sampaio, entre outros, aproveitando as sessões solenes do nosso aniversário.
Ao longo dos anos foram-se desenvolvendo novas actividades, nomeadamente, de índole recreativa e desportiva, tendo-se esta colectividade evidenciado a nível nacional pela sua equipa de atletismo e sobretudo pela sua capacidade organizativa na realização dessas provas, bem como, o futsal, foi e continua a ser uma das suas grandes referências.
Assim, o GRV foi realçando e dignificando o seu nome, pelo papel que foi assumindo na sociedade enquanto estrutura descentralizada do Estado na promoção da cultura, do recreio e do desporto, tendo, por isso, conforme despacho de 12/01/1988, sido declarada a sua utilidade pública, publicada na II Série do Diário da República, de 27/01/1988, pelo então Primeiro Ministro, Aníbal António Cavaco Silva.
É com o decorrer dos anos e com o crescimento das suas actividades que surge a necessidade de um espaço adequado à prática das diversas modalidades, designadamente, recreativas e desportivas. Criou-se então um sonho: construir um pavilhão gimnodesportivo. No início dos anos noventa começam a “desenhar-se” grandes ideias tendentes à realização desse projecto. Contudo, muitos eram os obstáculos de diversa natureza que as circunstâncias sociais, económicas e burocráticas impunham. Porém, graças ao empenho, coragem e persistência dos vários dirigentes, acompanhada da ajuda económica de diversas entidades públicas e privadas, bem como, dos seus associados e amigos, foi então celebrada a cerimónia de apresentação da tão ambicionada obra a 15 de Março de 1997. A 1 de Janeiro de 1998, é colocada a primeira pedra pelo Exmo. Senhor Dr. Pedro Santana Lopes, então Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz. A 21 de Maio de 2000 é inaugurado o pavilhão, momento esse de grande emoção para os vilaverdenses, que através de uma grande luta partiram “Do Sonho à Realidade”.
As atividades desenvolvidas foram crescendo ao longo das duas últimas décadas, sendo que neste momento podemos realçar o futsal (formação desportiva em 6 escalões e 1 equipa sénior masculina em competição no Campeonato Nacional Futsal – 2ª Divisão), a equipa de Trail Running, a columbofilia, a classe de ginástica, a classe de bordados, a secção cénica, o grupo de cantares de música tradicional e popular portuguesa, o grupo de dança ‘Reviverdance’ .
De salientar a organização de vários eventos, entre os quais, corrida de carretas, caminhadas, excursões, arraiais, exposições, almoços regionais e outros convívios.
Para dar continuidade a todas as obras realizadas, é com convicção que as Direções assumem o compromisso de encetar novos rumos, no sentido de preservar a ‘Obra’ que lhe é legada, dando-lhe continuidade e conservando sempre presente o espírito de dever cumprido.
Para continuar esta obra, cada Direcção assume o compromisso de encetar um novo rumo, no sentido de preservar a Obra que lhe foi legada, dando-lhe continuidade e lutando dia a dia com enormes dificuldades de toda a ordem.